Até as primeiras décadas do século XX, a economia baiana centrava-se no Recôncavo, em torno da Baía de Todos os Santos, tendo ali as suas bases de produção e como principal atividade a agricultura, voltada para o consumo interno e para a exportação. Esse aspecto determinou o desenvolvimento das atividades do seu porto e estimulou o comércio, tendo-se para isso que ampliar as áreas do bairro do “Comércio da Cidade Baixa” com aterros sucessivos, entre 1860 e 1915. A expansão territorial do bairro do Comércio com a incorporação do mar resultou num novo desenho para essa área

 da cidade e a descoberta do petróleo em 1949 deu nova dimensão à sua economia e de todo o Recôncavo na Baía de Todos os Santos.

 

Salvador foi a primeira Capital da Coroa Portuguesa no Brasil e o principal Porto do Hemisfério Sul até o final do Século XVIII.

Desde cedo, em torno do Porto, se estabeleceu um centro de negócios muito ativo, enquanto que o poder administrativo e religioso escolhia a Cidade Alta, a Cidade Baixa constituía a célula básica do desenvolvimento econômico da capital da Bahia na primeira metade do século passado, área central conhecida como comércio, onde se localizavam o Mercado Modelo, o Elevador Lacerda e o Porto de Salvador, concentrava a maior parte dos escritórios comerciais, maior centro financeiro da cidade, empresas de seguro, além de um comércio bastante dinâmico. Esta pujança econômica traduziu-se, nos anos 50, pela construção de edifícios de grande porte, de características modernas que vieram a substituir as construções de menor porte do início do século passado, que ainda subsistiam em algumas partes. Hoje, a área do porto de Salvador fica inserida numa zona que estava perdendo seu dinamismo e em processo de decadência e esvaziamento.

 A nova dinâmica urbana instalada a partir da década de 60 e mais a implantação do Pólo Petroquímico de Camaçari, na década de 70, levaram Salvador a assumir definitivamente o seu caráter de metrópole, dentro do sistema com rebatimentos cada vez mais acentuados sobre o setor terciário, determinando o surgimento de subcentros comerciais. Nesse período já se delineava uma silenciosa e crescente tendência de expansão nos vetores norte e nordeste da cidade na região do Iguatemi e nítida decadência do bairro do Comércio, outrora tido como pólo comercial e financeiro propulsor do desenvolvimento urbano. Desse contexto resultou uma acentuada depreciação do valor urbano de toda a área do Comércio, merecendo destaque a imagem de degradação e deterioração da paisagem urbana, com a maioria dos seus Imóveis abandonados e degradados. Nos anos 90, especialmente no final da década, em consenso com os segmentos empresárias e institucionais instalados no Comércio, a Prefeitura Municipal do Salvador iniciou o processo de revitalização do bairro, estabelecendo políticas de incentivo e atração de novos investimentos visando sua reocupação. Criou o chamado Escritório de Revitalização do Comércio com a missão de desenvolver os estudos e projetos para ordenar e acelerar o Programa de Revitalização.